Covid-19 mata quatro vezes mais quilombolas do que parcela urbana e branca by EPSJV/Fiocruz published on 2020-09-30T12:45:50Z A chance de uma pessoa pertencente à população quilombola morrer por covid-19 é quatro vezes maior do que uma pessoa da comunidade branca e urbana, segundo Hilton Silva, membro do Grupo Temático Racismo e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e docente do programa de pós-graduação em Saúde, Ambiente e Sociedade na Amazônia e do programa de pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará (UFPA). “A situação de vulnerabilidade histórica a que estão submetidas as populações quilombolas no país faz com que estejam especialmente vulneráveis e sejam atingidas de maneira diferenciada pela pandemia”, afirma Silva. De acordo com a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) até esta quinta-feira (24), já foram contabilizados 4.590 casos confirmados da doença, 1.219 casos monitorados e 166 óbitos, em 5.972 localidades quilombolas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Até o momento, sete meses após o início da pandemia, o governo federal ainda não tornou obrigatório o registro de covid sobre populações quilombolas. Logo, todas as informações que existem sobre mortalidade são registradas por organizações quilombolas, de maneira independente.